Passava da 06h50min. Os raios de luz brilhavam em minha face e eis que o impiedoso despertador pôs-se a gritar, fazendo-me pular da cama rumo aos asseios matinais e a Secretária do Lar estava para chegar.
Cumpridos os protocolos corriqueiros, fui conferir a caixa de correspondência. Lá, encontrei encartes, boletos e alguns comunicados dos Correios. Corri os olhos e um identifiquei de imediato: era do Detran. Mais uma infração de trânsito para coleção. O outro, apócrifo…
Segui para Prefeitura, mas a curiosidade corroía minhas entranhas. Fiquei a matutar e conclui que poderia ser mais uma empreitada do Leão contra minha pessoa. O trabalho fluía, mas o infeliz “bichano” da Receita Federal do Brasil na saía da mente.
Concluído o expediente, nem quis almoçar. Corri até a agência dos Correios e peguei uma senha. A bendita parecia que nunca chegaria. Os minutos se transformaram em horas, até que chegou minha vez.
Atendido, a ansiedade foi saciada. Recebi da atendente uma caixa vinda de longe, de “Belzonte”, como dizem os Mineirinhos. Eis que uma gentil e querida Amiga resolveu agraciar-me com deliciosos quitutes e com uma bela mensagem manuscrita num cartão. Um êxtase e felicidade tomou conta de mim.
Com o sorriso estampado, tratei de encher a caveira. Saciado, segui para outros afazeres e sequer percebi o ocaso do sol. Lembrei-me da reunião com um Amigo, numa choperia.
Sai costurando o trânsito. Entrei e sai de ruas e fui cair no meio de uma obra e com o tráfego desviado para outra rua com o fluxo lento. O telefone toca e meu Amigo informou-me que aguardava e já quase bêbado. Comuniquei que estava a caminho.
Segui firme, acelerando e freando, até que o trânsito fluiu e segui para o encontro. Chegando no destino, percebi a falta de vaga para estacionar. Circulei a quadra algumas vezes, passando em frente do local, e nada.
Impaciente, eis que avistei a vaga dos sonhos. Parecia reservada para mim, na entrada do estabelecimento. Raios de luzes pairavam sobre ela, igual aquela Coca-Cola gelada no deserto. A emoção foi tanta que quase subi nos obstáculos que a delimitava.
Desci e segui para dentro do estabelecimento. Corri os olhos e não avistei quem me aguardava. Passei a mão no celular e liguei. Para minha surpresa, descobri que estava na choperia errada e que para chegar no destino teria que voltar para aonde estava acelerando e freando.
Muito puto, quarenta minutos depois, cheguei no destino. Lá, encontrei meu amigo. Ele estava absorto a degustar um copo de chopp. Com cara de cachorro que caiu da mudança, pedi escusas pela atrapalhada. Rimos bastante da presepada…