Ser pai é sem dúvida a maior dádiva na vida de um Homem e é uma tarefa para a qual não existe receita. Por mais preparado que ele possa dizer estar, nunca é o suficiente. Mente Aquele que, ao segurar pela primeira vez a pequena e indefesa Criatura, vulnerável em todos os sentidos, diz que nada sentiu.
Nascemos, crescemos e vivemos como filhos. Somente quando a vida apresenta seus dilemas, o Homem, na condição de Pai, compreende a magnitude, a dimensão e o peso da verdadeira paternidade. É justamente quando revive todas as influências que nele causaram fortíssimos impactos. Relembrará nas minúcias as atitudes e os exemplos daquele sempre esteve ao seu lado, lhe cuidando, aconselhando e orientando. Entenderá que ser Pai transcende todas as fronteiras da razão e do coração. É comprometimento que requer grande equilíbrio, pois suas atitudes serão sempre observadas e copiadas por aquele Ser que o Grande Arquiteto do Universo escolheu e lhe enviou para guardar.
Ser pai é perceber a vulnerabilidade, fraqueza e carência dos seus filhos, estando sempre pronto a defendê-los. É vencer com as vitórias dos filhos e também sofrer com suas derrotas. É sentir a dor maior de um castigo. É ser herói em um momento, passando a vilão quando os repreende.
Cada um neste recinto possui indeléveis marcas na alma, coisas que somente um ser extraordinário, escolhido pelo Grande Arquiteto, é capaz de engendrar. Possivelmente, alguns devem estar se recordando de algum momento mágico que partilharam com o Pai: o doce que ele sempre trazia e que muitas vezes ficaste sentado, na soleira da porta, com os olhos fitados na rua, aguardando; aquela brincadeira de cavalinho, depois de um exaustivo dia de trabalho, a qual mesmo assim ele não negava; aquela coçada no rosto com a barba por fazer, que irritava, mas era singular; aquela música que ouviam ou aqueles filmes que assistiam juntos; as viagens sem destino, com nada programado, nas quais tudo dava errado, mas ainda assim inesquecíveis; aquelas brincadeiras ou piadas inocentes, aparentemente bobas, mas que lhe faziam sorrir; ou aquele prato que somente ele sabia preparar. Enfim, são inúmeras as lembranças que somente quem as viveu sabe como são e que nenhuma outra pessoa será capaz de reproduzi-las com tal intensidade ou magia.
É por isto que um bom pai representa para os filhos o símbolo da força, do rompimento, da firmeza do caráter, da retidão e da justiça severa, atributos estes que se materializam naquelas conversas mais duras ou até mesmo nos castigos com o propósito de ensinar e orientar, dando a visão de que as escolhas, certas ou erradas, acarretarão consequências, das quais não se pode apartar.
Todo Filho ou Filha tem no pai um grande herói, um modelo a ser seguido ou um espelho para se enxergar. Aos olhos do Filho, o Pai é forte, digno, honrado, e, mesmo com o peso do fracasso nas costas, mostrará que diante das adversidades da sua vida existe um refúgio, um porto seguro: o seu abraço.
Igualmente ao Pai, o Filho enxerga a Mãe como uma grande mulher, uma heroína, símbolo maior da compaixão, do equilíbrio, da disciplina e do amor incondicional. Toda Mãe sabe que um dia o filho crescerá e desejará voar. Mesmo que não compreenda seus motivos, sempre terá um conselho a ofertar. E, ao falar, descreve como o mundo é, parecendo que conhece cada pedra sobre a qual o filho caminhará, indicando com sua sabedoria o rumo a ser tomado.
Nada no mundo se iguala ao amor e o carinho de uma Mãe. Tudo marca: o cheiro, o toque nos cabelos, o olhar cândido ao contemplar as peripécias, o afago ao dormir, com aquele beijo na bochecha seguido da puxada da coberta, todas marcas insubstituíveis que nem mesmo o tempo é capaz de obscurecer. O vínculo entre uma mãe e seu filho não tem dimensões, ao ponto de ela sacrificar mil vidas, se preciso for, caso as tivesse.
O colo materno é inigualável. Nele se encontra o aconchego e a reparação para todos os males. Para uma Mãe, não importa a idade que os filhos possam ter (01, 10, 30, 50 ou 60 anos), pois, aos olhos dela, eles serão sempre indefesos e merecedores atenção. É por isto que dizem que ser Mãe é padecer no paraíso: ela sofre com as dores do filho e vibra com seus sucessos. Para ela, não existe filho melhor ou pior. Existe, sim, seu filho, seu amado filho…
É por isto que, neste momento, rendo homenagens também às Mães, pois a elas o Grande Arquiteto do Universo entregou dois dos maiores tesouros: o dom da vida e o amor incondicional. Sem elas o mundo pereceria pelas mãos brutas do Homem e jamais despertaria a sensibilidade para o belo e compaixão pelo próximo. Grato por cobrirem nossas vidas de amor e vivacidade, dando sentido a elas.
Somos quem somos por sermos frutos da dualidade e da combinação dos nossos Pais. Eles que nos transmitiram lições e nos ensinaram a combater nossos dragões, antes que fitássemos com os olhos o horizonte e desejássemos voar. Neles, encontramos refúgio e fortaleza.
Aos filhos que almejam serem pais ou mães e que, possivelmente, estão acometidos dos medos e dúvidas sobre o destino, não se preocupem. Basta seguir as trilhas daqueles que os guiaram pelas veredas da vida.
Recordem dos exemplos e saberão como agir, mas jamais se esqueçam de que deverão enxergar o futuro com os olhos dos filhos. Deverão se antecipar aos percalços e se submeter aos sacrifícios que forem exigidos, em prol daquele a quem o Grande Arquiteto o confiou a guarda. Compreendam que estarão exercendo uma sublime missão e que seus sonhos se realizarão por intermédio dos filhos.
Na condição de pai ou de mãe, entenderão o sentido maior da vida. Perceberão que, à medida que os filhos crescem e florescem, vocês murcharão e cairão no solo, assim como as pétalas de uma rosa depois do seu desabrochar. É preciso se conscientizar de que não somos eternos e que nossa missão é preparar os filhos para que sejam melhores do que nós fomos ou podemos ser, para que alcem voos mais altos do que os nossos, alcançando alturas inimagináveis.
Quando em determinado momento da vida seu filho(a) chegar e lhe cumprimentar dizendo “Senhor meu Pai”, “Senhora minha Mãe”, tereis a certeza da missão cumprida. Saberás que por intermédio dele(s) os seus valores e os valores da vossa família seguirão à frente. Para uns isto se chama perpetuação e para outros, imortalidade.
Por isto, jamais se esqueçam de que vocês serão o exemplo a ser seguido, mesmo depois da partida ao oriente eterno. Muitos Pais ou Mães que há muito jazem ao lado do Grande Arquiteto continuam vivos e presentes na vida dos filhos, orientando-os e servindo de luz na árdua jornada terrena, justamente por terem cumprido, com perfeição, o árduo mister da paternidade ou maternidade.
O tempo é senhor de tudo e não existe retorno. Por isto, abrace seus pais e nunca se esqueça de lhes dizer o quanto os ama e, principalmente, o que eles significam para você. Não permita à areia do tempo escoar por entre os dedos.
Por isto, tomo a liberdade de me voltar ao meu Pai e a ele dizer o quanto sou grato ao Grande Arquiteto do Universo por tê-lo me presenteado como Pai e por nos fazer mais que pai e filho: ele nos fez amigos.
Pai, se em algum momento sou sua voz é por que, ao longo da vida, tu foste a minha. O elo que nos une é indissolúvel e nem mesmo o tempo será capaz de corrompê-lo. Aqui, na sua frente, você tem seu Filho, que também é pai e que compreendeu o amor e significado de suas lições e preocupações, no exato momento em que meus filhos nasceram.
Pai, sois meu grande amigo, muito mais que um amigo. Saibas que quando converso contigo me sinto seguro, pois tenho em ti a luz que preciso nos momentos de trevas e que me permite encontrar meu porto seguro. Que bom que Grande Arquiteto fez de nós dois mais do que pai e filho.
Pai, te amo!!!
Aos Pais, parabéns pelo seu dia…
Informações Sobre o Autor:
Miqueas Liborio de Jesus
Auditor Fiscal do Município de Joinville (03/1998), Membro julgador da Junta de Recursos Administrativo-Tributários do Município de Joinville, Professor das cadeiras de Direito Tributário I e II, do Curso de Direito da Associação Catarinense de Ensino (ACE), Bacharel em Ciências Jurídicas (Direito), pela Universidade da Região de Joinville (Univille), aprovado no exame da OAB em 2006 e especialista em direito tributário pela FGV. (www.miqueasliborio.com.br)